A nova medida tarifária imposta pelo governo Trump trouxe à tona uma discussão urgente sobre os impactos da tarifa sobre importações para produtos brasileiros. Com a aplicação de 50% sobre itens como café, manga e cacau, o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos entra em zona de alerta.
Café Brasileiro e os Impactos da Tarifa Sobre Importações
O café, maior símbolo das exportações agroindustriais brasileiras, está no centro dos impactos da tarifa sobre importações. Representando 35% do total comprado pelos EUA, o grão brasileiro abastece redes como a Starbucks, que já estimam aumento significativo nos custos de produção.
Com 76% da população americana consumindo café diariamente, a elevação dos preços tende a causar desconforto no mercado interno dos EUA. A National Coffee Association, principal entidade do setor, articula para isentar o produto da nova tarifa, argumentando que não há produção doméstica suficiente para suprir a demanda.
Manga e Cacau: Produtos Tropicais Também Afetados
Os efeitos da medida vão além do café. A manga, que tem produção quase insignificante nos EUA, também está entre os afetados. O Brasil responde por 8% das importações americanas da fruta. Já o cacau, crucial para a indústria alimentícia, figura entre os dez itens mais exportados do agro brasileiro e é um dos produtos mais expostos aos impactos da tarifa sobre importações.
Entre 2020 e 2024, cerca de 18% do cacau exportado pelo Brasil teve como destino o mercado americano, evidenciando o potencial prejuízo com a taxação.
Cargas em Trânsito: Um Cenário de Incertezas
A logística internacional também foi pega de surpresa. Com a medida entrando em vigor de forma abrupta, há incertezas quanto ao tratamento de cargas já embarcadas. Uma viagem de até 30 dias entre o Brasil e os EUA pode colocar produtos que saíram antes do anúncio sob risco de serem tarifados ao chegar.
Portos estratégicos como Santos, no Brasil, e Nova Orleans e Nova York, nos EUA, estão no centro dessa movimentação, com fluxos intensos de café e outros produtos agrícolas.
Negociações por Extensão de Prazo
A diplomacia brasileira está ativa. Setores do agronegócio, em conjunto com o governo federal, propuseram um adiamento de 90 dias para a aplicação da tarifa. A medida busca dar fôlego às negociações e evitar que os impactos da tarifa sobre importações causem prejuízos imediatos e irreversíveis.
Lista de Exceções: Uma Alternativa Racional
A principal proposta das entidades americanas é a criação de uma lista de exceções. Por exemplo, produtos sem concorrência doméstica, como o café e a manga, seriam isentos da taxação. Dessa forma, evitar-se-iam distorções nos preços e impactos negativos para o consumidor americano, que depende dessas importações.
Cenário Econômico e Comercial
Os impactos da tarifa sobre importações refletem diretamente no custo de vida nos EUA, ao aumentar o preço de itens básicos. Por outro lado, para o Brasil, o efeito imediato recai sobre a previsibilidade das exportações e a confiança de produtores e investidores.
Resposta Institucional Brasileira
Organizações como o Cecafé e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estão liderando esforços para manter canais abertos de diálogo com os EUA. No entanto, segundo Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé, a medida é considerada desproporcional e prejudicial ao comércio justo.
Reação do Setor Privado Norte-Americano
Varejistas e grandes marcas de alimentos também se posicionaram. Além disso, com a elevação dos preços de insumos, muitas empresas preveem a necessidade de reajuste nos preços finais ao consumidor, o que, por sua vez, pode reduzir a competitividade e o potencial de consumo.
Busca por Novos Mercados
A situação atual reforça a urgência de ampliar a diversificação de mercados. De fato, países da União Europeia e do Oriente Médio já foram apontados como destinos com potencial para absorver parte da produção que antes era enviada aos EUA.
Diplomacia Comercial: Um Caminho Necessário
O episódio reafirma, portanto, a importância de estabelecer acordos comerciais bilaterais que reduzam o risco de medidas unilaterais. Afinal, sem tratados sólidos, o Brasil permanece vulnerável a variações políticas externas, como evidenciam as recentes mudanças na política comercial dos EUA.
Impacto Interno para o Brasil
Internamente, os impactos da tarifa sobre importações se traduzem em perdas de receita, incerteza logística e risco para a estabilidade de cadeias produtivas. Além disso, a exportação agroindustrial, que é uma das forças da economia nacional, também sofre os efeitos diretos da taxação.
Esforços Diplomáticos do Governo Brasileiro
O Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Agricultura têm promovido rodadas de conversas com representantes americanos, além disso, reforçam a necessidade de uma solução que, por um lado, preserve o fluxo comercial e, por outro, não prejudique os dois países.
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